Espiritualidade - Budismo: Características das religiões

Seis aspectos religiosos emergem com tanta regularidade que sugerem que suas sementes fazem parte da constituição humana. 

Uma delas é a autoridade. Deixando-se a autoridade divina de lado e abordando a tema apenas em termos humanos, a questão começa com especialização. Ela propõe, portanto, que talento e atenção constante levarão algumas pessoas acima da média em termos espirituais; seus avisos serão buscados e seus conselhos, quase sempre seguidos. Além disso, o lado institucional, organizado, da religião exige corpos administrativos e pessoas que ocupem posições de autoridade, cujas decisões têm peso.

Uma segunda característica normal da religião é o ritual, que foi, na verdade o berço da religião, pois os antropólogos nos dizem que as pessoas expressavam sua religião por meio da dança antes de expressá-la racionalmente. A religião surgiu da celebração e do seu oposto, a aflição, ambos clamando por expressão coletiva. ...

A religião pode começar com o ritual, mas logo as explicações se fazem necessárias e, assim, a especulação aparece como terceira característica da religião. De onde viemos, para onde iremos, por que estamos aqui? As pessoas querem respostas para essas perguntas.

Uma quarta constante na religião é a tradição. Nos seres humanos, é a tradição em vez do instinto que conserva o que as gerações passadas aprenderam e legaram ao presente como modelos de ação.

Uma quinta característica típica da religião é graça, a crença - quase sempre difícil de se sustentar em face dos fatos - de que a Realidade está, em última análise, do nosso lado. Em última instância o universo é amigável; sentimo-nos em casa nele. ...

Finalmente, a religião transita por meio do mistério. Sendo finita, a mente humana não pode mensurar o infinito ao qual está ligada.

Cada uma dessas seis coisas - autoridade, ritual, especulação, tradição, graça e mistério - contribui de forma vital para a religião, mas cada uma delas pode barrar sua função.



SMITH, Huston, NOVAK, Philip. Budismo - Uma Introdução Concisa. Trad. Claudio Blanck. 2003, Editora Cultrix: São Paulo.

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