Psicologia e Afins: Lowen - liberdade e limites

O Homem é um animal social; vive em grupos. O grupo, e posteriormente a comunidade, foram necessários à sua sobrevivência. Foi dentro do contexto comunitário que a fala e a função do pensamento abstrato se desenvolveram. A comunidade estável funcionou como a matrix do crescimento cultural que, então, permitiu que o homem expandisse seu ego e adquirisse um senso de vontade. Na verdade, a comunidade e a cultura têm servido para intensificar a sensação que a pessoa tem de sua própria individualidade. É-se individuo, independente de se ser ou não parte de uma comunidade; mas somente pelo referencial de uma comunidade é que a pessoa toma consciência de sua individualidade ou de si própria.

Contudo, o foco sobre o si-mesmo ou sobre o ego age no sentido de distanciar pessoas e de diminuir as forças coesivas que mantêm a comunidade unida.(...)

Quando as comunidades desintegram-se, deteriora a individualidade. As pessoas perdem o senso de seu significado ou valor individual e tornam-se unidades de uma massa. (...) Poderão tornar-se ricas e famosas e assim obterem destaque mas não serão singulares pois que apenas representam um estrato diferente da estrutura de massa. (...)

Para existir, toda organização social deve impor algumas restrições à liberdade de seus membros. (... ) A falta de estrutura conduz ao caos , não a liberdade.

Estas idéias são especialmente relevantes na educação de filhos. Vimos que uma estrutura autoritária de família pode esmagar o espírito de uma criança. (...) Infelizmente, a atmosfera permissiva não parece dar certo também. (...) É um paradoxo da vida que a liberdade dependa de limites e de estrutura."

Lowen, Alexander - Medo da Vida, 10º edição - São Paulo: Summus Editorial, 1986.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Escritores: Sant-Exupéry - O Pequeno Príncipe

Poemas - Paulo Cesar Pinheiro e João Aquino: Viagem nas Asas da Poesia

Filmes - As três Palavras Divinas - Tolstói