Educação: Morin - Afetividade

A afetividade intervém no desenvolvimento e nas manifestações de inteligência. (p.121)

Assim, nossa realidade é uma co-criação em que a afetividade entra com sua parte. Há relação, ao mesmo tempo, complementar e antagônica entre nossas duas fontes de realidade, a racionalidade e a afetividade. (p.122)

A afetividade permite a comunicação cordial nas relações interpessoais; a simpatia e a projeção/identificação com outro permitem a compreensão.

A afetividade invade todas as manifestações do sapiens-demens, as quais também a invadem. A procura do gozo dissemina-se fora da volúpia física na busca do poder ou do dinheiro, quando se torna ambição; invade o mundo do saber e do pensamento e torna-se adesão subjetiva de todo ser à sua certeza, apego fanático a uma idéia, agressividade ideológica. Ligada ao jogo, torna-se paixão. Ligada à drogas ou ao fervor mítico, tende ao êxtase. Ligada ao imaginário, dá substância e realidade aos fantasmas, espíritos, deuses, mitos, idéias. As erupções psico-afetivas constituem justamente a hubris. Delirante, a afetividade leva ao crime. Enfim, constitui o cimento da comunidade, alimentando um sentimento de apego quase filial à tribo, à etnia ou à pátria. (p.122 e 123)

Edgar Morin, O método 5: a humanidade da humanidade – a identidade humana. Trad. Juremir Machado da Silva.- Porto Alegre: Sulina, 2003. 2ª edição

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