Educação: Fernandes - Pensamento e Frustração

Considero a tolerância à frustração como uma condição sine qua non para o pensar, um processo que ocorre com os encontros e com a interação entre os diversos pensamentos. Freud já mostrava que no princípio do prazer há a tendência da mente de livrar o aparelho psíquico de uma sobrecarga, ou seja, há o imediatismo, tão na pauta do dia nestes tempos em que há pressa e uma verdadeira aflição com resultados, enquanto a disponibilidade para pensar é muito pequena. Havendo sobrecarga, esta tem de ser extravasada logo. Entretanto, havendo tolerância à frustração, ocorre um rompimento dessa continuidade, abrindo possibilidades do surgimento e da convivência com algo novo.
Pode-se dizer que, de certa forma, o pensamento é um substituto da descarga motora. A capacidade de pensar permite protelar e suportar a espera entre o momento do desejo e o da ação para satisfazer a necessidade.(120)

FERNANDES, José Waldemar; SVARTMAN, Betty e FERNANDES, Beatriz Silverio. Grupos e configurações vinculares. Porto Alegre: Artemed, 2003.

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